Depois de passar alguns instantes duvidando de si, e achando conforto na desculpa de que talvez tivesse ficado muito tempo sob o sol, lá estava o azul brilhante de novo, boiando no mar.
Não era uma alucinação. Era verdade mesmo. Mais tarde, ele descobriu que tinha acabado de ver um dos animais bonitos de todos o reino animal: um copépode invertebrado, conhecido como Sapphirina, cuja taxinomia é:
Filo Arthropoda
Subfilo Crustacea
Classe Maxillopoda
Subclasse Copepoda
Ordem Poecilostomatoida
Família Sapphirinidae
Gênero Sapphirina Thompson, 1829
Espécie Sapphirina nigromaculata Claus, 1863
As “safiras do mar” são animais minúsculos, de alguns poucos milímetros, que estão na base da cadeia alimentar do oceano. Embora sejam muito pequenos no tamanho, são grandes, muito grandes mesmo, no quesito beleza. Assim como a pedra preciosa, as safiras marinhas têm um brilho sem igual, de um azul profundo, que pode ser encontrado em regiões costeiras como Rhode Island e Califórnia, nos EUA.
Segundo Helm, quando estão acumulados em grandes quantidades, esses animais fazem o mar brilhar como se tivesse acontecido uma chuva de diamantes. Tanto que, quando um antigo pescador japonês testemunhou essa maravilha, chamou esse tipo de “água” de “tama-mizu”, que significa algo como “água de jóias”.
Segundo R R Helm, a razão para tanta beleza cintilante é ao mesmo tempo complexa e misteriosa, e está relacionada com seu comportamento social e composição da pele, que é formada por camadas microscópicas de cristais. No caso da safira do mar azul, essas camadas de cristais estão separadas por apenas cerca de 4/10.000 avos de um mililitro – o que praticamente corresponde ao comprimento de onda de luz azul.
Assim, quando a luz azul é refletida, essas camadas de cristal a refletem perfeitamente. Mas, para outras cores, a pequena distância entre as camadas acaba interferindo, fazendo com que sejam simplesmente canceladas. E aí é como se o bichinho simplesmente se apagasse, como você pode ver melhor no vídeo abaixo:
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