Nunca antes visto na biologia antes, um estado da matéria chamado de “hiper-uniformidade desordenada” foi descoberto no olho de uma galinha.
Este arranjo de partículas parece desorganizado em pequenas distâncias, mas tem uma ordem oculta que permite que o material se comporte tanto como um cristal como um líquido.
A descoberta veio acidentalmente durante o estudo de cones, minúsculas células sensíveis à luz que permitem a percepção da cor nos olhos de galinhas.
Para galinhas e outras aves que são mais ativas durante o dia, esses fotorreceptores vêm em quatro variedades de cores diferentes – violeta, azul, verde e vermelho – e um quinto tipo para detectar os níveis de luz, segundo os pesquisadores. Cada tipo de cone é de um tamanho diferente.
Estas células são amontoadas em uma única camada de tecido sobre a retina. Muitos animais têm cones dispostos em um padrão óbvio. Cones de insetos, por exemplo, são dispostos em um esquema hexagonal. Os cones dos olhos das galinhas, entretanto, parecem estar em desordem.
Mas os pesquisadores que criaram um modelo de computador para simular o arranjo dos cones das galinhas descobriram uma configuração surpreendentemente arrumada.
Os cientistas propuseram que este arranjo poderia ser um novo estado da matéria, chamado hiper-uniformidade desordenada.
Em torno de cada cone está uma região que proíbe outros cones da mesma variedade de ficarem muito perto. Isso significa que cada tipo de cone tem seu próprio arranjo uniforme, mas os cinco padrões diferentes de cinco tipos diferentes de cone estão mergulhados em cima uns dos outros de uma forma desordenada, segundo os pesquisadores.
Materiais em um estado de hiper-uniformidade desordenada são como cristais, onde eles mantêm a densidade de partículas consistentes através de grandes distâncias espaciais. Mas estes sistemas são também como líquidos, porque eles têm as mesmas propriedades físicas em todas as direções.
Os pesquisadores dizem que esta é a primeira vez que esse estado da matéria é observado em um sistema biológico; anteriormente só havia sido visto em sistemas físicos, como o hélio líquido e plasmas simples.
Para os olhos de galinhas, os pesquisadores especulam que este arranjo de cone permite que os pássaros experimentem uniformemente a luz recebida. Engenheiros podem ser capazes de se inspirar nisso para criar circuitos ópticos e detectores de luz que são sensíveis ou resistentes a certos comprimentos de onda de luz. [LiveScience]
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